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quarta-feira, setembro 18, 2013


é você.

se tudo que até hoje vivi
e tudo que ainda hei de viver
se for este o preço
pago com prazer

se a cada sofrer
coração partido
tudo que teve de doer
que não é esquecido
cada passo difícil que eu der
valer por um olhar de amor
dos seus olhos de caramelo
não me rebelo

se esse deus existe
do meu jeito ou do seu
só tenho a agradecer
se eu fiz por merecer
tanta luz, tanta paz

e se hoje ainda caminho
me mantenho a seguir
não é porque temo o sozinho
é porque tenho a ti

as mãos dadas que tenho
em cada obstáculo
não haveria de ter de outro jeito
só tinha de ser com você

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domingo, setembro 01, 2013


Amor à prova d'água

O que torna um casal realmente forte? O que torna sua história bonita, o que faz crescer o valor do relacionamento? São as declarações quando tudo está bem, ou são as atitudes quando tudo está desabando?

Eu adoro assistir vídeos de pedidos de casamento super românticos, daqueles que o cara faz uma surpresa pra moça cheio de charadas tipo "caça-ao-tesouro", ou com sustos loucos como o do cara que fingiu que tinha caído do prédio, ou com aviões com faixas no céu, etc.. É tudo muito lindo, muito romântico, é legal ver que coisas que parecem só existir nos filmes acontecem na vida real.

Mas o que vale mais, um pedido de casamento assim, quando tudo tá lindo e é tudo fácil, quando o casal provavelmente tá naquele momento todo apaixonado e que não vê defeitos nem problemas, que fica cego de amor, ou uma prova de amor em meio a uma tempestade?

Me lembro do pedido de casamento do Jim pra Pam na série "The Office". Em um episódio, ele tinha planejado tudo pra fazer o pedido antes dela se mudar pra Nova Iorque pra ficar três meses por lá estudando, e ia ser um pedido lindo, numa festa que foi feita no estacionamento do prédio do escritório onde trabalhavam que estava linda, com direito até a roda-gigante. Pra melhorar tudo, Jim comprou fogos de artifício. Ele queria pedir no momento que estivessem assistindo aos fogos, se lembrando de um dos primeiros "encontros" que tiveram, ali mesmo, no prédio, no telhado, fugindo de uma outra festa. Estava tudo planejado pra ser perfeito, mas nada, muito menos os relacionamentos, são perfeitos não é? E algo aconteceu, outro rapaz do escritório (Andy) aproveitou o momento pra fazer o pedido publicamente no microfone para Angela, da contabilidade. E isso destruiu o momento pro Jim, que acabou não fazendo o pedido ali.

Pouco depois, Pam se mudou pra Nova Iorque e ele ainda não tinha feito o pedido. Eles, que estavam acostumados a estar juntos todos os dias, mal estavam se vendo, e Jim decide visitá-la, mas a visita é atrapalhada por uma colega de quarto de Pam. Tudo está dando errado, o dia de Jim está péssimo e Pam ainda está se adaptando à sua vida de estudante. E é naquele momento, aquele momento terrível, que Jim vê que não precisa ser perfeito, que nunca vai ser perfeito, mas que é exatamente isso que faz ser tão lindo. Porque, mesmo não sendo perfeito, vale tanto a pena, é estar do lado dela que o motiva em dias ruins como esses, mesmo quando ela não pode dar tanta atenção a ele, mesmo quando ela está ocupada com outras coisas e não pode dar o seu tempo pra ele, ainda assim ela sempre o faz sentir confortável em seu apoio, de alguma maneira. É no momento de crise que a gente vê o quanto realmente se importa com a outra pessoa, o quanto ela é importante pra gente, o bastante pra passar por cima dessas dificuldades e dar valor.

Ele liga pra ela e diz pra se encontrarem no meio do caminho, entre Nova Iorque e Scranton, num posto de gasolina. Está chovendo forte e eles estão ensopados, ali do lado de fora, não entram ainda no restaurante do posto, e é ali que ele vê que não importa a tempestade, ele quer estar do lado dela. Se ajoelha e faz o pedido.

Então o que vale mais, um pedido de casamento romântico e perfeito, mas que perde o sentido se uma coisinha sequer der errado, ou um que consegue se sobrepor às tempestades? O que vale mais, um casal aparentemente perfeito, mas que provavelmente não será forte o bastante pra continuar caso haja alguma dificuldade, ou um casal que tenha um valor superior aos problemas, e superior à necessidade de perfeição, que consiga continuar se amando e determinado a ficar junto principalmente nos momentos mais difíceis, principalmente nas tempestades?

Sabe, não se prova amor nos momentos bons. Nos momentos fáceis, qualquer um ama, qualquer um quer ficar junto pra sempre. O amor se prova e se fortalece é quando o casal tem certeza de que é aquilo que quer mesmo, e principalmente, nos momentos ruins. O amor se prova é na tempestade.

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quarta-feira, março 06, 2013


Hostilidade gratuita


Infelizmente, hoje, faleceu o Chorão, do Charlie Brown Jr..
Não o conheci, não sou ninguém pra dizer quem ele era pessoalmente ou algo do tipo, mas estou triste sim pelo falecimento por conta do trabalho dele, que aprecio bastante. Mas queria postar aqui a respeito das manifestações relacionadas a esse acontecimento, principalmente no facebook, que estão me irritando um pouco, confesso.

Fico impressionada com a falta de equilíbrio das pessoas às vezes. Tem que por tudo no extremo, criticar, radicalizar, coisas que não fazem sentido nenhum. Seria isso falta do que fazer?

Sim, eu fiquei triste e tenho certeza que muitas outras pessoas ficaram com a morte do Chorão. Mas não é o fim do mundo e não tô agindo como se fosse, não vejo nada de demais em prestar uma homenagem a alguém que significou algo em minha vida de certa forma, mesmo que indiretamente, através das músicas que foram importantes na minha adolescência e especialmente no ano passado. Se você não gosta dele, ótimo, ignore o acontecimento que é o mais digno a se fazer. Piadinhas bobas a respeito da morte, eu sinceramente não me importo, inclusive curti muitas por aí, não sou uma pessoa que se abala muito com a morte em si, até mesmo por conta da minha crença, o que me importa mais é pensar que nunca poderei ir num show deles, ou que não haverá mais músicas novas, e também uma tristeza por ver uma pessoa que tinha um talento que eu admirava falecer assim tão cedo.

Agora, pra que ficar generalizando, ofendendo as pessoas que quiseram homenagear como eu, sem necessidade nenhuma? Tratando todos como "falsos fãs" e como se fossem todos desocupados, principalmente na mente, sofrendo extremamente como se tivesse morrido um parente ou algo do tipo, porque não é assim. Prestar uma homenagem não significa que estou completamente de luto, chorando nos cantos, sem conseguir fazer nada. Na verdade, passei o dia conversando com os amigos aqui, jogando um pouco no computador, comemorando o aniversário de um amigo, e ouvi um pouco de Charlie Brown Jr sim, por essa data ter me lembrado o quanto gosto da banda.

Acho que, na verdade, os reais desocupados, extremos, que estão realmente ocupando suas mentes e seus dias com a morte do Chorão não são os fãs que prestaram homenagem, mas sim os arrogantes de plantão que arrumam qualquer desculpa pra tentar ofender alguém, simplesmente pelo fato de que não tem nada melhor pra dizer, nada de bom sobre si mesmo, e aí é mais fácil tentar rebaixar os outros pra se sentir superior.

Sinceramente, isso pra mim é muito semelhante a extremistas religiosos / ateus e coisas do tipo. Eu fui lá no meu facebook e prestei minha homenagem porque eu estava afim, não pedi pra ninguém começar a gostar de Charlie Brown ou do Chorão, não tentei "converter" ninguém e nem falei pra me deletar quem não gostasse dele, muito menos ofendi quem tivesse opinião diferente da minha. Não gostou do post, ok, ignore, gire seu scroll e desça pro próximo post na sua página. Qual o problema? Tá te doendo os olhos ver? Agora, alguém me explica qual é a necessidade de se postar textos ou imagens hostilizando quem gosta do cara e/ou ficou triste com a morte? Qual a necessidade de se ofender alguém simplesmente por um gosto musical ou uma vontade de se fazer uma homenagem? Pra mim isso se chama CABEÇA PEQUENA. É e preocupar demais com coisas que não importam nada na verdade.

O fato é que estou usando deste momento pra botar pra fora algo que já me incomoda há muito tempo. Sinceramente, digo isso porque posso dizer, porque eu ajo assim, não há hipocrisia aqui. Não tem nada de agradável pra falar, fique quieto! Por que algumas pessoas querem sempre ter uma palavra agressiva, crítica, tentando ferir em resposta a qualquer ação de outras pessoas? Qual o intuito disso, tentar parecer superior? Pra mim a arrogância só gera um sentimento de superioridade no ego da própria pessoa, enquanto afasta o resto do mundo de si. E isso não torna ninguém um "incompreendido" ou tão superior que não consegue ter ninguém por perto por não haver ninguém à altura. Isso te torna pequeno o bastante pra não conseguir ter humildade de perceber que ninguém é maior que ninguém, e que as suas babaquices nunca vão te tornar superior em sentido nenhum, e trazer bem nenhum a ninguém, muito menos a você.

Não suporto hostilidade gratuita. Gentileza gera gentileza, respeito gera respeito, e ser uma pessoa amarga e rude não acrescenta nada a ninguém. Já passou da hora de começar a mudar o mundo, mudando cada um de nós por dentro pra começar.

"Quando as palavras não são tão dignas quanto o silêncio, é melhor calar e esperar." Eduardo Galeano
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terça-feira, janeiro 29, 2013


Ser Conceitual vs. Ser Real

Esses dias tenho pensado bastante sobre como eu deveria voltar a blogar, e externalizar os sentimentos, nos quais tantas vezes me afogo e acabo tomando péssimas decisões no desespero de ir à superfície e respirar, de uma forma mais produtiva.

Pensando um pouco sobre minhas atitudes que eu mesma reprovo, acabei por concluir que o problema dos seres humanos não é conceitual. Não é o que acreditam, pensam, desejam e almejam. O problema é que muitas vezes somos de tal forma e temos limites que simplesmente não controlamos.

Quantas vezes fazemos coisas sabendo que estamos fazendo errado, sabendo que não é o melhor pra nós, sabendo que provavelmente trará consequências com as quais não desejamos lidar, e mesmo assim tomamos essa atitude? E por que? Por egoísmo, imprudência, por sermos inconsequentes? Não. Mas simplesmente porque nós não somos o que queremos, nós somos o que somos. Muitas vezes a gente quer muito agir de uma forma, é o que acreditamos certo, é o que acreditamos que fará bem pra gente. Mas simplesmente não conseguimos. Somos limitados.

Não que ache que seja certo continuar errando e justificar com "sou assim, aceite-me como sou". Acho completamente errado. Devemos sim buscar sempre melhorar, consertar nossos erros, lutar contra nossos próprios limites. Mas, pra começar essas mudanças, é necessário primeiro admitir, aceitar quem somos.

Não é conceitual. Não adianta pensar que o conceito na sua cabeça é que uma pessoa deve ser assim ou assado, agir assim ou assado, reagir assim ou assado. Ok, esse é o primeiro passo, SABER o que é certo. Mas não é só o conceito que nos torna pessoas mais corretas. O difícil mesmo são as ações.

Aproveito este espaço, completamente inabitado e psicologicamente conturbado, que não passa de um oásis de desabafos egoístas, sem o intuito de auxiliar nenhum outro ser a não ser o meu próprio, pra me abrir sobre o que eu sou e não quero ser, os meus limites divergentes aos meus conceitos idealistas. Eu tenho crises de tristeza sem controle. Eu sei que não vai adiantar fazer nada naquele momento, pensar, falar, conversar, discutir, eu sei que não deveria, mas meu coração simplesmente dói e as lágrimas desabam pela minha face, um sentimento desesperador preenche todo meu peito e eu PRECISO desabafar, chorar, questionar. Mas eu não quero. Eu tento esfriar a cabeça, me distrair, deixar pra lá, mas o aperto vai ficando cada vez mais forte e vai controlando minha mente.

Mas eu realmente não quero. Isso acaba comigo, e me faz dizer coisas a pessoas que não deveria dizer. Me faz ser injusta, me faz exprimir pensamentos esquizofrênicos e tão distantes, que não têm necessidade nenhuma de serem externalizados, e que só machucam as outras pessoas. Me faz perder outras pessoas. Pessoas que eu definitivamente não queria perder. E que, talvez, exatamente o medo de perdê-las, da rejeição, da desconsideração, de ser esquecida e deixada pra trás, de ser injustiçada e que todo o esforço que faço não tenha seu devido valor percebido, todo esse medo idiota seja um dos causadores dessas crises, e é exatamente o medo de perder que me faz perder.

Então, meu problema não é conceitual. Sei como devo agir, sei o que é certo, sei as consequências dos meus atos. Mas eu sou, eu tenho limites. E admito isso, e é admitindo que tomo esse primeiro passo para mudar essa realidade e superar minhas limitações.

Próximo passo: SEMPRE utilizar de recursos como escrever, desenhar, cantar, etc., para transformar dor e sentimentos ruins em algo produtivo, impedindo que se tornem mais um episódio de auto decepção em relação ao que acredito ser certo.

E o mais importante: eu acredito, eu posso, eu vou fazer isso.

"Do, or do not. There's no try." (Master Yoda)
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domingo, agosto 19, 2012


Como vai você?

Engraçado, me deparando com uma pergunta rotineira "como você tá?" "tudo bem?", comecei a pensar e fiquei na dúvida de como responder. Considerando-se os problemas que ando encarando, principalmente nesta última semana, pensei em responder "indo". Mas aí percebi que estou sorrindo. Respondi "estou bem, e você?".

Por que nós temos essa mania de querer mostrar pros outros o quanto a nossa vida é miserável a cada coisa ruim que acontece? Você tá perdida na vida? Não sabe o que fazer do futuro? Seu namorado te deu um pé na bunda? Seus amigos são uns falsos? E aí? Vai ficar fazendo drama pra cada alma viva que te perguntar como você está? Vai ficar chorando pelos cantos, fazendo cara de coitada pra ver se aparece alguém com pena de você pra que você se sinta melhor pois, pelo menos, alguém tem um bocado de piedade? Vai ficar emburrada o dia todo, responder sorrisos com um sorriso amarelo, pra poder mostrar o quão miserável está? Ah, cresça!

Não sou a favor do "tem gente com muito mais problema que você" porque acredito que cada um carrega sua cruz, no peso que aguenta carregar. Mas a forma de encarar os problemas, esse sim é um fato a ser discutido. É engraçado quando às vezes pessoas com tantos problemas são tão felizes, e pessoas que têm tudo vivem numa vida vazia e infeliz. Por que isso?

As pessoas tentam colocar a culpa em outras, ou nas circunstâncias. "Estou sem emprego". "Fulano destruiu minha vida". "Tenho uma dor crônica insuportável". Não. Nada disso é motivo pra fugir dos problemas ou se afundar neles. Pelo contrário.

Tá sem emprego? Bom, lute pra arrumar um. E lembre-se que estar miserável, mal cuidado, com um olhar triste, não vai ajudar ninguém a te contratar. Fulano te machucou? Porque você deixou ser machucado. Cuide de si mesmo e ninguém poderá te machucar. A dor de perder algo que se aprecia, seja um amigo, um namorado, um computador, celular, um pouco da sua saúde, ela existe, não adianta negar, fingir que não está lá, ignorar. Não é isso que eu estou dizendo.

Sim, eu estou com dor. Eu perdi muito, eu estou muito perdida, e tudo isso dói, tudo isso é difícil, mas... Sim, eu seria MAIS feliz se pudesse ter tudo que eu gosto, as pessoas que eu amo, as coisas que eu quero, se soubesse a resposta, o caminho a seguir... Mas, eu sou feliz, mesmo assim. Porque eu tenho, hoje, amigos que me divertem e me fazem sorrir. Porque eu assisti uma série que me fez dar risada. Porque eu sou eu e só por isso eu sou feliz, porque eu nasci, porque eu estou aqui, porque eu sou quem sou e tenho muito orgulho disso. Porque eu tenho meus problemas, mas estou enfrentando da melhor maneira possível. Porque tenho meus defeitos, mas estou tentando melhorar. Porque sei que a mudança vem de dentro, e não adianta ficar choramingando pelos cantos. É pra isso que eu estou nessa vida, pra aprender e melhorar. E quando estamos bem com nós mesmos, quando buscamos melhorar o que há dentro da gente, o que está por fora também muda, pra melhor.

Então, "como vai você?". Bom, eu tenho alguns problemas, isso é óbvio, certo? Mas apesar disso...

Eu estou bem sim, obrigada.
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Realidade vs. Ilusão

Encarar a realidade, dando valor aos pontos positivos, mas nunca ignorando os negativos, apenas os encarando como uma forma de aprendizagem e autodesenvolvimento, pode ser mais doloroso e difícil, mas apresenta mais sucesso do que viver na ilusão, na negação da dureza da realidade, na fuga pelo caminho mais fácil. Prefiro admirar a realidade com suas qualidades e defeitos do que me encantar pela ilusão e perder o encanto ao descobrir que o mundo não é perfeito. Viver na ilusão só nos traz uma ilusória, falsa felicidade, com um vazio constante. Aprender a viver na realidade, porém, por mais difícil que seja, nos traz uma satisfação igualmente real.

Não entendo porque as pessoas têm essa mania de se encantar pela ilusão. Admiram algo ou alguém até certo ponto, até o momento que só os pontos positivos estão claros, até o momento que os pontos negativos são "uma gordurinha ali" ou "uma risada estranha". Quando os defeitos reais aparecem, a ilusão desaparece, o encantamento também. Por que? Não consigo compreender porque a realidade torna as coisas tão ruins. Nada é perfeito, será que ninguém entendeu isso ainda? Não existe perfeição. O que existe é "valer a pena".

Eu, pessoalmente, admiro ainda mais, principalmente as pessoas, depois de conhecer seus defeitos. É como se eu olhasse e pensasse "que bom, essa pessoa é tão humana quanto eu e mesmo assim consegue ser brilhante". A capacidade das pessoas de serem algo positivo pra outras, pro mundo, apesar de seus defeitos, isso é que as torna mais admiráveis. Ser perfeito provavelmente seria fácil demais. Quero ver você encarar a vida positivamente, agir da melhor maneira, errar sim, mas buscar sempre melhorar, com esse monte de defeitos que tem. Isso sim é difícil. Isso sim é admirável. É por isso que eu me encanto.

Mas algumas pessoas preferem criar ilusões onde é fácil criá-las, viver uma vida "mais ou menos", miserável de fato, através de ilusões criadas sobre uma realidade muitas vezes terrível, do que encarar a dura realidade e fazê-la melhor, não pela ilusão, mas encarando os problemas. Algumas pessoas preferem conviver com pessoas falsas, sem caráter, que buscam só pelos próprios interesses, passando por cima do sentimento de quem for para isso, pois é mais fácil viver com a ilusão de que essas pessoas são perfeitas (já que elas escondem seus defeitos na sua falsidade), do que encarar pessoas reais, com defeitos reais, e tentar crescer ao lado delas.

Infelizmente, essas pessoas só aprendem sofrendo quando a realidade dá um soco na cara delas, ou, muitas vezes, mesmo depois de muitos socos, elas continuam fugindo da realidade, pois tem mais medo de se machucar com algo intenso e real do que com algo leviano como uma ilusão.

Eu prefiro viver na realidade do que encarar o constante vazio da ilusão e de ter uma vida miserável, "mais ou menos", quando existe a possibilidade (e eu quero lutar por ela) de ter uma vida "espetacular".
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segunda-feira, julho 09, 2012


Eu dou valor às coisas simples.

Aquele momento em que as coisas mais simples te fazem feliz.

Você encontra alguém que cuida de você a noite toda sem nem ao menos saber se você vai corresponder. Alguém que fica por horas conversando com você e mesmo assim o assunto parece nunca acabar. Você sorri a cada palavra dele, a cada característica, gosto, ideia, que tem a ver com você. V de Vingança, heróis da Marvel, você ainda não viu Star Wars mas é doida pra ver, ele ainda não leu o Guia do Mochileiro das Galáxias mas começa e gosta tanto quanto você. Simples. Perfeito.

Você vê no olhar dele aquela mesma emoção ao escutar Nirvana que você sente, o entendimento da essência da música que poucos têm. A paixão. A paixão de viver, a paixão por tudo que há na vida. A simplicidade da vida. Tomar milk shake e o papo não para. Sentar no banco da praça e beijar, e conversar, e se olhar, se admirar...

Você encontra aquela pessoa que te busca depois da aula nem que seja pra ficar um tempinho só com você. Aquela pessoa que te lembra todos os dias, pelo menos uma vez por dia, o quanto você é amada. Que faz questão de que você acorde todas as manhãs e tenha uma mensagem pra ler e dar o primeiro sorriso da manhã, e se sentir amada. E todo mundo à sua volta repara no quanto você nunca esteve tão feliz, tão animada com tudo, tão motivada, tão radiante. E todos percebem o quanto vocês são simplesmente perfeitos um para o outro. Finalmente, alguém que te mereça, e alguém que mereça ele. Isso é romantismo.

E, com o tempo, ela se torna a pessoa pra quem você sabe que pode contar tudo, e que te conta tudo. Aquela pessoa a quem você recorre quando acontece algo que te chateia, ou que te empolga. Você liga depois da aula quando está puta com o professor, ou com um colega da turma. Você liga quando faz uma compra e fica feliz. E você a escuta contar tudo, os problemas, as situações engraçadas, e sente tanto prazer em ouvir, em saber que essa pessoa também conta com você, em primeiro lugar com você, por mais que você não esteja entendendo nada do que ela está dizendo. Ele se sente bem em te contar, simplesmente por poder contar com você. Isso é apoio.

Tudo tão simples, e tão perfeito. Mas vocês são humanos, malditos humanos. Querem complicar tudo. E as dúvidas sem sentido surgem. Será que sou o bastante? Será que é isso que eu queria? É diferente do antes, será que o antes me faz falta? Será que vai algum dia fazer falta?

E as brigas com motivos inexistentes, hipotéticos, as brigas pelos "e se", surgem. Vocês, humanos malditos. Destroem a simplicidade que a vida os deu.

E quando tudo se perde, não é o complicado que faz falta. Não é aquilo que você imaginou, não é a hipótese imbecil que você levantou.

O simples faz tanta falta. Ligar quando algo acontece. "Bom dia, estou no trabalho". "Oi, como foi seu dia?". "Amo você". Tanta, tanta falta.

E nesse momento, um simples "oi" faz seu coração disparar ao ponto de parecer que vai sair pela boca. Você finalmente aprendeu, humano maldito, você aprendeu a dar valor às coisas simples. Será que ainda dá tempo?


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