Esses dias tenho pensado bastante sobre como eu deveria voltar a blogar, e externalizar os sentimentos, nos quais tantas vezes me afogo e acabo tomando péssimas decisões no desespero de ir à superfície e respirar, de uma forma mais produtiva.
Pensando um pouco sobre minhas atitudes que eu mesma reprovo, acabei por concluir que o problema dos seres humanos não é conceitual. Não é o que acreditam, pensam, desejam e almejam. O problema é que muitas vezes somos de tal forma e temos limites que simplesmente não controlamos.
Quantas vezes fazemos coisas sabendo que estamos fazendo errado, sabendo que não é o melhor pra nós, sabendo que provavelmente trará consequências com as quais não desejamos lidar, e mesmo assim tomamos essa atitude? E por que? Por egoísmo, imprudência, por sermos inconsequentes? Não. Mas simplesmente porque nós não somos o que queremos, nós somos o que somos. Muitas vezes a gente quer muito agir de uma forma, é o que acreditamos certo, é o que acreditamos que fará bem pra gente. Mas simplesmente não conseguimos. Somos limitados.
Não que ache que seja certo continuar errando e justificar com "sou assim, aceite-me como sou". Acho completamente errado. Devemos sim buscar sempre melhorar, consertar nossos erros, lutar contra nossos próprios limites. Mas, pra começar essas mudanças, é necessário primeiro admitir, aceitar quem somos.
Não é conceitual. Não adianta pensar que o conceito na sua cabeça é que uma pessoa deve ser assim ou assado, agir assim ou assado, reagir assim ou assado. Ok, esse é o primeiro passo, SABER o que é certo. Mas não é só o conceito que nos torna pessoas mais corretas. O difícil mesmo são as ações.
Aproveito este espaço, completamente inabitado e psicologicamente conturbado, que não passa de um oásis de desabafos egoístas, sem o intuito de auxiliar nenhum outro ser a não ser o meu próprio, pra me abrir sobre o que eu sou e não quero ser, os meus limites divergentes aos meus conceitos idealistas. Eu tenho crises de tristeza sem controle. Eu sei que não vai adiantar fazer nada naquele momento, pensar, falar, conversar, discutir, eu sei que não deveria, mas meu coração simplesmente dói e as lágrimas desabam pela minha face, um sentimento desesperador preenche todo meu peito e eu PRECISO desabafar, chorar, questionar. Mas eu não quero. Eu tento esfriar a cabeça, me distrair, deixar pra lá, mas o aperto vai ficando cada vez mais forte e vai controlando minha mente.
Mas eu realmente não quero. Isso acaba comigo, e me faz dizer coisas a pessoas que não deveria dizer. Me faz ser injusta, me faz exprimir pensamentos esquizofrênicos e tão distantes, que não têm necessidade nenhuma de serem externalizados, e que só machucam as outras pessoas. Me faz perder outras pessoas. Pessoas que eu definitivamente não queria perder. E que, talvez, exatamente o medo de perdê-las, da rejeição, da desconsideração, de ser esquecida e deixada pra trás, de ser injustiçada e que todo o esforço que faço não tenha seu devido valor percebido, todo esse medo idiota seja um dos causadores dessas crises, e é exatamente o medo de perder que me faz perder.
Então, meu problema não é conceitual. Sei como devo agir, sei o que é certo, sei as consequências dos meus atos. Mas eu sou, eu tenho limites. E admito isso, e é admitindo que tomo esse primeiro passo para mudar essa realidade e superar minhas limitações.
Próximo passo: SEMPRE utilizar de recursos como escrever, desenhar, cantar, etc., para transformar dor e sentimentos ruins em algo produtivo, impedindo que se tornem mais um episódio de auto decepção em relação ao que acredito ser certo.
E o mais importante: eu acredito, eu posso, eu vou fazer isso.
"Do, or do not. There's no try." (Master Yoda)